O Século das Luzes é também conhecido como o Século de Voltaire. Por que é ele assim denominado? A resposta é muito simples: em primeiro lugar porque Voltaire é um manancial inesgotável de idéias, e, em segundo, porque eclodem, neste século, por toda parte, idéias que têm como único objetivo a transformação da história ou, o que é a mesma coisa, a procura de novas bases para a convivência entre os homens. Este é um século, o século XVIII, em que se consuma em termos práticos a liquidação do ideário do passado.
O estudo da moeda feito por Galiani, quando ele tinha pouco mais de vinte anos, faz parte de um conjunto de tratados sobre o mesmo tema surgidos em vários países da Europa quase ao mesmo tempo. O livro de Galiani se insere precisamente nesta explosão de idéias que domina o século que viu surgir a Enciclopédia de Diderot e D'Alembert. Os pensadores deste século repetem freqüentemente, e não por acaso, um conhecido pensamento de um poeta da Antigüidade: "Sou homem, e nada do que é humano me é estranho". Esta frase cabe à perfeição para caracterizar o Da Moeda de Galiani. A moeda, ou o dinheiro, para Galiani, não é alguma coisa em que os homens não se reconheçam. Muito pelo contrário, ele faz a moeda surgir da atividade produtiva humana, ou seja, para ele a moeda é uma das formas que toma o trabalho humano quando um indivíduo se põe em relação com outro e trocam entre si o produto de suas atividades.
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